Para além de sua beleza e talento, Nick Cruz, do 'Estrela da Casa' , chamou atenção dos internautas por usar fitas pretas no peitoral. O participante é o primeiro homem trans a entrar em um reality da TV Globo e fez questão de levantar a pauta da representatividade logo no começo do programa! Mas, você sabe para que o rapaz usa tais 'adereços'? Se não, o Purepeople te explica agora!
Nick está em transição de gênero desde 2020. Todas as mudanças em seu corpo ainda são muito recentes e, devido a algumas burocracias, o tempo de espera pode ser longo. O cantor deseja fazer uma mastectomia - cirurgia de remoção dos seios -, mas ainda não conseguiu pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Enquanto aguarda o procedimento, ele prefere utilizar as fitas ao invés do binder - compressor de seios normalmente utilizado por homens trans.
Em entrevista ao Extra, há três anos, ele destacou: "Quero muito fazer a mastectomia, mas não é uma coisa que me sufoca. Tenho paciência e vou esperar o tempo certo. Nunca experimentei ir à praia sem camisa. Tenho muita vontade. É um sonho". Já para a 'Quem', no mesmo ano, ele reforçou a importância do procedimento para sua vivência. "Na minha vivência como pessoa trans, eu sofro uma dismorfia enorme com os seios. A mastectomia representa liberdade pra mim. A cirurgia pode trazer uma vida mais leve e liberta", explicou.
Uma das canções de Cruz fala justamente sobre as faixas e o binder. Ainda à 'Quem', ele explicou: "Em Sol no Peito eu abordo exclusivamente a minha vivência, mas sei que muitos podem se identificar. Falo sobre como o binder me incomoda, de como eu tenho o desejo de fazer a mastectomia e como eu me sinto em relação à sociedade preconceituosa em que vivemos".
Logo que entrou no programa, Nick levantou a bandeira da representatividade trans. "Me chamo é Nicolas, meu nome artístico é Nick Cruz e meu nome de registro é Nicole. Sou um cara trans", declarou ele enquanto conversava com os outros competidores. Questionado sobre o uso do nome de registro, Cruz explicou que não irá retirar Nicole de seu documento.
"Eu não retifiquei e nem vou. Coloquei o social Nicolas porque é muito constrangimento. Em porta de evento, para viajar. Faço terapia hormonal tem seis anos. É uma baita experiência. Porque eu já vivi como uma mulher Cis na sociedade e hoje eu sou um cara. As pessoas não falam que eu sou um homem trans", continuou ele. "A gente está aqui para representar milhares de pessoas, então é importante que o Brasil saiba que existem homens trans, que eles podem ser artistas, ocupar esses espaços importantes", concluiu.